Efeitos em outros órgãos



O consumo de Cannabis a longo prazo tem um impacto negativo em sistemas de órgãos incluindo o sistema imunitário e a circulação; entre outros efeitos destacam-se:

• Influência em processos hormonais por interagir com o eixo hipotálamo-hipófise
• Inibição da motilidade gástrica e do esvaziamento gástrico
• Aumento do risco da progressão da fibrose na hepatite C crónica
• Influência na resposta humoral e na resposta imunitária dos linfócitos T (estudos experimentais)
• Decréscimo na contagem de espermatozóides; inibição da reacção do acrossoma e diminuição da motilidade dos espermatozóides (estudos em vitro)

Riscos do consumo na adolescência

• Mais efeitos tóxicos na saúde mental dos adolescentes do que em adultos
• Maior risco de depressões
• Efeitos mais pronunciados na performance cognitiva, nomeadamente no QI verbal
• Síndrome de “desmotivação”, caracterizado por apatia, retraimento social e dificuldades de concentração, o que implica consequências na performance acadêmica
Efeitos na gravidez e desenvolvimento fetal
Está comprovado o aumento do risco de malformações fetais e de danos cognitivos devido ao consumo de Cannabis.

Efeitos na função cognitiva

• Danos na memória
• Dificuldades de atenção
• Diminuição da capacidade para organizar e integrar informação complexa

Existe alguma controvérsia relativa à reversibilidade dos efeitos cognitivos: alguns estudos defendem que, após um período de abstinência, os sintomas são revertíveis; outros defendem que o consumo massivo de Cannabis está associado a danos irreversíveis na performance cognitiva.

Efeitos psicóticos

• Indução do aparecimento de psicoses devido à modulação das concentrações de dopamina por acção nos receptores CB1)
• Síndromes de confusão
• Depressão
• Ansiedade

O uso de Cannabis por longos períodos de tempo não está associado à morte de animais ou humanos, mas estão descritos diversos efeitos crónicos devido ao uso de Cannabis, efeitos estes que dependem da intensidade e duração do consumo.
Risco de fumar
O uso fumígeno de Cannabis está relacionado com a diminuição da capacidade de respiração durante o exercício físico, dificuldades respiratórias, produção de expectoração, tosse crónica. Note-se que esses sintomas não se devem exclusivamente ao THC; devem-se principalmente à inalação de produtos de combustão da Cannabis, incluindo hidrocarbonetos policíclicos mutagénicos, e compostos químicos como a amônia.

Efeitos físicos

Os efeitos físicos do THC têm menor relevância que os efeitos comportamentais, excepto nas crianças que se intoxicam por acidente. Entre outros efeitos destacam-se:

• Taquicardia
• Aumento da pressão diastólica associada à diminuição do tónus paras-simpático
• Hipotensão ortostática (que causa tonturas e síncope)
• Hipossalivação e secura da boca
• Distúrbios de acomodação oftálmica e diminuição da reacção da pupila à luz
• Diminuição da secreção lacrimal
• Dores de cabeça, náuseas, vómitos
• Relaxamento muscular (que pode originar quedas)

Por causar perturbações na coordenação motora, na percepção e nas funções cognitivas e afectivas, o consumo de THC pode apresentar perigos na condução de automóveis, pilotagem de aviões e utilização de máquinas.

Efeitos psicologicos

• Euforia
• Sensação de bem-estar
• Sonolência
• Sedação
• Isolamento
• Imobilização
• Desordens psicóticas
• Síndromes de delírio e ansiedade
• Sentimento de pânico
• Despersonalização
• Aumento do apetite, marcadamente por alimentos doces

Efeito cognitivos

• Dificuldades de concentração
• Distúrbios na memória a curto prazo
• Danos em todos os estágios da memória incluindo codificação, consolidação e recuperação
• Dificuldades de atenção
• Dificuldades de leitura em voz alta
• Diminuição da performance aritmética
• Efeitos aminésicos (relacionados com a inibição da liberação de neurotransmissores)

Efeitos no controlo psicomotor

• Desajustes no controlo e coordenação motora
• Redução da actividade psicomotora
• Alterações da percepção sensorial e temporal
• Perturbações da comunicação oral
• Inibição do movimento

Biodisponibilidade oral menor que por inalação (25-30%):

• Sofre efeitos de primeira passagem, sendo metabolizado no fígado;
• Efeito demora 1~6 horas a instalar-se, mas tem maior duração;
• Absorção lenta e contínua no intestino;
• Distribui-se por todo o organismo;

Absorvido por inalação atravessa os alvéolos pulmonares, entra na circulação e atinge o cérebro em minutos.
Uma vez absorvido para a corrente, as concentrações de THC diminuem rapidamente devido ao metabolismo pelo fígado, onde a depuração plasmática pode atingir 950 mL/min, ou à sequestração. Acumula-se preferencialmente no tecido adiposo (devido à sua grande lipofília), atingindo o pico de concentração em 4~5 dias. É depois lentamente liberado, atingindo outros compartimentos como o cérebro.
No cérebro é distribuído de diferentes formas, alcançando concentrações mais elevadas nas áreas neocortical, límbica, sensorial e motora.

THC A SUBSTÂNCIA (TETRAHIDROCANABINOL)

Tetrahidrocanabinol, é a principal substância psicoactiva encontrada nas plantas do género Cannabs, e pode ser obtido por extracção a partir dessa planta ou por síntese em laboratório.
O THC foi isolado na forma pura pela primeira vez em 1964 por Raphael Mechoulam, Yechiel Gaoni e Habib Edery no Instituto Weizmann em Rehovot, Israel, através da extracção a partir do haxixe com éter de petróleo, seguido de repetidas cromatografias.
É discutido até que ponto este composto é responsável pelos efeitos verificados com o consumo da planta. Um estudo não encontrou diferenças nos efeitos subjectivos entre a maconha e o THC puro, mas críticas a esse estudo apontam para que tenha sido usada maconha de fraca qualidade e parcialmente deteriorada, que não mantinha os componentes normais de terpenóides e flavonóides tais como canabinol (CBN) e canabidiol (CBD), defendendo que os efeitos do consumo da planta não se devem só ao THC.

Na utilização clínica de Cannabis, os extractos são compostos geralmente pelos topos a florescer e com abundantes tricomas glandulares (sem sementes), com um potência de até 20% de THC. Dados quanto à composição dos extractos usados para consumo recreacional são escassos devido ao facto do seu consumo ser ilegal em muitos países. Um estudo da quantidade de THC em amostras de maconha e haxixe apreendidas pela polícia italiana entre 1997 e 2004 revela valores que variam entre 0,5 e 20%, com a média a subir nos últimos anos para cerca de 13%.

Os efeitos do THC devem-se sobretudo à sua ligação a receptores cannabinóides CB presentes em muitas áreas do cérebro. Estes receptores têm importância em diversos processos fisiológicos, tais como regulação do
METABOLISMO, DOR, ANSIEDADE, CESCIMENTO ÓSSEO e FUNÇÃO IMUNITÁRIA.

Estudos

Há várias pesquisas realizadas que concluem ser a maconha uma droga que provoca dependência, entretanto menos que o tabaco ou o álcool. Em alguns círculos usa-se o termo "dependência psicológica", mas a medicina, na classificação internacional das doenças não faz distinção entre dependência química ou psicológica, ou seja, a maconha é apontada como droga que pode levar a dependência.O uso da maconha é associado a variações hormonais (diminuição da testosterona em homens e, estrogênio e progesterona em mulheres); além disso pode causar dificuldades de memória, Coordenação motora e raciocínio. Na saúde mental algumas vezes é citada como um gatilho para a Esquizofrenia. Alguns estudos associam o uso prolongado da maconha com o desenvolvimento de cânceres pois sua fumaça possui de 50% a 70% a mais de hidrocarbonos que o tabaco. Os cânceres mais citados em estudos são os que afetam o Sistema respiratório e o Sistema reprodutor.

formas de usar

A maconha pode ser consumida através de:
Fumo, sob a forma de Baseados (cigarros).
Inalação, com algum dispositivo, tal como Cachimbo, Narguilé ou Bong.
Ingestão: por exemplo como ingrediente de bolos e doces ou bebida.

Uso medicinal

A Cannabis sativa também pode ser usada com fins medicinais como agente, estimulador de apetite, podendo ser usada em casos de, câncer terminal e HIV no aumento de peso, auxiliar contra espasmos musculares e movimentos desordenados, sendo útil também em casos de Glaucoma. Em doses mais altas ela auxilia pessoas no tratamento de doenças como Doença de Parkinson, Esclerose múltipla, traumatismo raquimedular, Câncer, desnutrição, Síndrome da imuno-deficiência adquirida ou com qualquer outra condição clínica associada a um quadro importante de dor crônica. Atualmente, em alguns países a maconha é legalizada, unicamente para fins medicinais. Para lazer, somente na Holanda, Belgica, Suíça e Canadá.

Definição

Maconha é o nome popular de um grupo de plantas de origem asiática, cujo Nome científico é Cannabis. Há três espécies de Cannabis: Cannabis sativa, Cannabis indica e a Cannabis_ruderalis. Elas diferem tanto no porte como no formato das Folha, configuração do Tronco e na concentração de THC(ao qual se deve os efeitos mais característicos da maconha). As três espécies o contêm (e os Clima em que são cultivadas podem alterar a quantidade e a potência das substâncias ativas que produzem). Sabe-se que as plantas de maconha podem ser Feminina (só produzem flores, Masculina (só produzem flores com órgãos masculinos) ou Hermafroditas (plantas que produzem flores de ambos os sexos). As plantas femininas possuem maior concentração de THC.A espécie de Cannabis mais cultivada para uso psicotrópico nas Américas é a Cannabis sativa. Há também o skunk, cruzamento da Cannabis indica com a Cannabis sativa que resulta numa planta com a concentração de THC até 10 vezes maior, dependendo do clima, da terra e das condições gerais de onde esta sendo cultivado.